Governança Corporativa

Por Alexandre Montandon e Luiz Goi | abril 2025

Já reparou como o termo Governança vem ganhando destaque na mídia e nas empresas? Mas o que isso significa? De uma forma bem simples, a prática de uma boa Governança é a diferença entre crescer de forma estruturada e sustentável e crescer de forma desordenada e incerta, gerando custos e esforços desnecessários.

A Governança é responsável por definir o propósito da organização, os valores e padrões éticos que sustentarão o seu propósito e como suas decisões serão tomadas, impedindo que seu negócio fique refém de decisões erradas ou equivocadas. É como um time de futebol: para que o jogo aconteça de forma justa e eficiente, é preciso ter regras bem definidas, um técnico que tome boas decisões e jogadores que saibam exatamente o que fazer. A Governança funciona da mesma forma: ela estabelece as regras, define quem toma as decisões e garante que tudo seja feito de forma ética e transparente. Sem uma boa governança, o risco de confusão, erros e até mesmo problemas financeiros aumenta.

A Governança também determina os limites éticos, legais e estratégicos de como esse propósito será alcançado. Ela define as diretrizes que norteiam o caminho até os objetivos e assegura que o crescimento aconteça de forma organizada, equilibrada e segura. Uma boa governança é um processo contínuo que alavanca o crescimento da empresa a longo prazo, conciliando os interesses de sócios, líderes, colaboradores, clientes e da sociedade. Sem ela, a empresa pode até crescer, mas de forma desordenada, mais vulnerável a riscos internos e externos e com menor capacidade de se adaptar às mudanças do mercado.

Quem exerce a Governança na empresa?

A Governança não é algo distante ou exclusivo das grandes empresas. Se você é dono de um pequeno negócio, gestor ou mesmo um funcionário, de alguma forma você participa dela. No dia a dia, a governança está presente nas diretrizes bem traçadas, nos valores bem construídos e praticados, em processos bem definidos e eficazes, na prática das normas e procedimentos que fortalecem nossos padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade e em todas as decisões tomadas com ética e responsabilidade. No caso das empresas maiores, o conselho de administração, diretores e líderes desempenham esse papel de forma mais estruturada.

A importância de um Propósito Forte e Claro

Quando pensamos no crescimento a longo prazo de uma organização, é preciso ter definido um propósito forte e claro, que oriente os seus valores e decisões e crie uma identidade única para o negócio. Quando uma empresa sabe exatamente por que existe e o legado que quer deixar, ela consegue engajar suas equipes, tomar decisões mais acertadas e se conectar de verdade com seus clientes, parceiros e sociedade.

Governança, Ética e Gestão de Riscos

Ter uma boa Governança significa também agir com ética, responsabilidade e transparência. Empresas que ignoram os riscos do seu negócio ou fecham os olhos para as regras e leis vigentes podem acabar perdendo dinheiro, enfrentando crises e até manchando a sua reputação. Quantas empresas não conhecemos que perderam sua credibilidade da noite por dia envolvidas em escândalos que poderiam ser evitados? Cumprir as leis, evitar fraudes, agir com transparência e manter processos bem organizados são passos essenciais para fortalecer a confiança com clientes e sociedade, garantindo a segurança do negócio e sua continuidade no longo prazo.

Governança e os pilares do ESG

Olhando para uma visão estratégica do seu negócio, as pautas ESG devem ser orientadas para garantir que a empresa consiga crescer protegendo sua reputação e seu patrimônio financeiro, sem precisar apagar incêndios a toda hora ou ser surpreendida com escândalos ou impactos financeiros críticos. No ESG, a Governança é o pilar que sustenta as ações Ambientais e Sociais, integrando os 3 pilares aos processos da empresa. Em outras palavras, Governança Ambiental, Social e Corporativa não é sobre ter iniciativas bonitas para mostrar no seu relatório de sustentabilidade, mas sim uma decisão baseada na avaliação de riscos, oportunidades e responsabilidades, que devem gerar valor futuro para a empresa, para os clientes e para a sociedade. Negócios que não têm o ESG pautado por uma boa governança costumam confundir o ESG com marketing, e marketing sem base não sobrevive sequer a primeira crise.

Quando uma empresa pratica uma boa Governança, isso significa que ela sabe aonde quer chegar e constrói caminhos sólidos para isso, com ética, integridade e transparência. Os resultados não são alcançados “a qualquer custo”, mas por meio de diretrizes e regras que evitam que decisões desalinhadas com seus valores e propósito sejam tomadas. Os riscos são controlados antes de virarem problemas, as regras são seguidas (sejam elas legais ou internas) e as decisões não dependem do humor de um único líder nem mudam de acordo com o líder que assume a cadeira.

Um exemplo prático de Governança ESG

Vamos dar um exemplo prático: uma grande indústria de bebidas mobilizou sua equipe de ESG para discutir uma diretriz essencial estabelecida pela Governança: desenvolver um plano estratégico para preservar os rios e mananciais que abastecem sua fábrica. Afinal, a água é o recurso natural mais valioso e insubstituível na indústria de bebidas. Segundo a Governança, estudos indicaram que, nos próximos anos, o volume de água dos rios pode sofrer uma redução de quase 30%, devido às mudanças climáticas e a fatores ambientais como desmatamento e poluição.

Diante desse cenário, a equipe multidisciplinar de ESG elaborou um plano de ação com três frentes principais. Primeiro, aproximar-se do poder público – prefeituras e órgãos ambientais – para estimular políticas e legislações que garantam a fiscalização e a preservação dos mananciais e florestas. Segundo, engajar as comunidades locais por meio de campanhas de conscientização sobre a importância dos rios para a vida, a saúde e a economia regional, promovendo uma participação ativa da população. E, por fim, adotar práticas mais eficientes dentro da própria empresa, reduzindo desperdícios e investindo em tecnologias mais limpas e sustentáveis.

O objetivo era claro para todos: agir agora para mitigar os impactos da escassez hídrica, protegendo as fontes naturais e o ecossistema local. Quando reconhecemos que fazemos parte de um grande sistema interdependente, entendemos também a responsabilidade compartilhada de cada setor da sociedade. E é por meio de uma Governança sólida que nascem as ações capazes de inspirar mudanças reais – para os negócios, para a sociedade e para o planeta.

Pensar em Governança é muito mais do que apenas seguir regras — é uma escolha estratégica que transforma negócios, fortalece relações e impulsiona o desenvolvimento sustentável. Empresas que adotam esse caminho tornam-se mais resilientes, confiáveis e preparadas para crescer com solidez. E quanto mais organizações entenderem esse valor, mais estaremos contribuindo para um país com instituições mais éticas, transparentes e comprometidas com o bem comum. Governar bem é um ato de responsabilidade, de visão e de compromisso com o futuro.

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