Por Alexandre Montandon e Luiz Goi | abril 2025
A sigla ESG surgiu em 2004, em um relatório do Pacto Global da ONU em parceria com o Banco Mundial, que buscava mostrar aos investidores que critérios ambientais, sociais e de governança também impactam os resultados financeiros de uma empresa. Até então, o mercado financeiro focava quase exclusivamente em indicadores econômicos. Mas com o aumento dos riscos ligados a mudanças climáticas, escândalos corporativos e desigualdades sociais, ficou claro que os investidores precisavam de uma visão mais ampla e responsável. A partir daí, foram definidos três pilares – Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança) – como base para avaliar o desempenho sustentável das organizações. Eles funcionam como um conjunto de indicadores que refletem a maturidade da empresa em relação ao impacto que gera e ao futuro que constrói.
Governança é a estrutura que organiza e direciona o funcionamento de uma empresa. É ela que garante que a organização tenha uma visão clara de longo prazo, baseada em um propósito legítimo e em valores que orientam suas decisões. Uma boa governança busca o crescimento sustentável e duradouro, conciliando os interesses dos sócios, líderes, colaboradores, clientes e da sociedade. Em tempos de incertezas e mudanças aceleradas, a governança se torna ainda mais estratégica: ela dá direção e estabilidade para a empresa seguir relevante e competitiva.
Ela estabelece limites para decisões que possam comprometer a sustentabilidade da empresa e seus relacionamentos no presente e no futuro. Isso inclui desde a definição de políticas claras e códigos de conduta, até a criação de conselhos e comitês que asseguram a transparência e a ética nos processos. A governança também se preocupa com a cultura organizacional, promovendo a diversidade, a integridade e a responsabilidade social. Avalia a competência da liderança e seu alinhamento com os valores e objetivos estratégicos. E, por meio do compliance, garante que a empresa esteja em conformidade com leis, normas e boas práticas.
Os indicadores dos pilares Ambiental, Social e de Governança funcionam como um termômetro da maturidade organizacional. Mas ESG vai muito além de atender exigências de relatórios ou selos. Ele representa uma oportunidade estratégica para as empresas avaliarem riscos e identificarem oportunidades num mundo em transformação. Empresas que integram o ESG à sua estratégia conseguem proteger seus resultados financeiros, conquistar a confiança de investidores e consumidores e fortalecer sua reputação. Um exemplo é o setor de energia, que tem investido em fontes renováveis não apenas por consciência ambiental, mas como resposta ao risco de obsolescência dos combustíveis fósseis. Outro exemplo vem do setor alimentício, onde marcas têm adotado práticas de agricultura regenerativa, não só para reduzir impactos ambientais, mas também para garantir uma cadeia de suprimentos mais resiliente e valorizada pelo consumidor. Em resumo, ESG não é apenas um diferencial competitivo, mas sim uma forma inteligente de garantir relevância, sustentabilidade e prosperidade nos negócios.
É no nível estratégico que se definem as diretrizes e prioridades de forma integrada e coerente com o propósito da organização. Essa governança também deve avaliar continuamente sua própria maturidade, garantindo evolução constante. Em seguida, no nível tático, são elaborados os planejamentos, os planos de ação e os indicadores de desempenho baseados nas características advindas da estratégia por sobre as questões ambientais, sociais e corporativas. E, finalmente, tudo isso chega ao nível operacional, onde as ações se concretizam e os resultados começam a aparecer. O sucesso do ESG não depende apenas da alta liderança ou de especialistas: ele exige o comprometimento de todos, em todos os níveis da empresa. Porque construir um futuro mais justo, ético e sustentável é uma responsabilidade coletiva – e também uma grande oportunidade de transformação.
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